quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Só por causa do Vavá...

Eu confio muito na minha “personalidade musical”, defendo – quase que sozinho – algumas das bandas e artistas que escuto e acompanho, o Kiss é um bom exemplo disso, e por aí vão outras escolhas pessoais e isoladas: Lloyd Cole, Bob Dylan, Led Zeppelin, Stones, Beatles, etc. Outras bandas/artistas fazem parte da “soundtrack of my life” por pura influência e teimosia de amigos. O Vavá têm muitos créditos nisso. Um deles é a Steve Miller Band.

A primeira vez que eu os escutei foi com o estouro de “Abracadabra” em 1982 – eu sempre gostei do solo de guitarra, estilo “chicote”, da música. Depois disse, me recordo bem do Carlos Ricardo cantando, constantemente, “Jet Airliner”. Mas foi a insistência do Vavá que me fez descobrir mais algumas jóias, como “The Joker”, “Take the Money and Run” e aí vai. Tenho que confessar que, de todos os seus discos, o que mais escutei foi o “Born 2 Be Blue”, uma aventura no smooth-jazz que todo fã-de-carteirinha torce o nariz, mas eu gosto, pois destaca o grande estilo na guitarra dele – o cara aprendeu seus primeiros acordes, aos 5 anos, com ninguém menos que o Les Paul.

Ontem, dia 17, fui conferir, mais como uma homenagem ao meu amigo Vavá, ao show da Steve Miller Band na arena do Hard Rock Cassino. Não me arrependi, foi um belo show – obrigado Váv’s.

Existem roqueiros que são bons músicos – graças ao bom pai, não são poucos – e existem bons músicos que, também, além de outros estilos, tocam um bom rock – esses são mais raros e o Steve Miller é um deles.

Começaram o show com a fantástica “Swingtown”, emendaram “Serenade” e “Abacadabra” e depois disso mergulharam em muito blues – com direito a bons covers do Muddy Water, Bo Diddley e John Lee Hooker. Um banho de swing e strutting blues, com muito improviso. A galera mais “radical” chegou a fazer bico – queriam os clássicos e ele atendeu: pegou um violão 12 cordas e emendou um set acústico (sozinho) com alguns clássicos do início da carreira e com “The Joker” – que foi cantada por todos na arena. O set acústico foi a ponte para a parte mais “country rock” (“Dance Dance Dance” e “Take the Money and Run) que depois progrediu para a fase “space blues” com “Flight Like the Eagle”, “Junglelove” e “Rock’n’ Me”.

Uma coisa bonita: ele trocou de guitarras muitas vezes (deve ter usado umas 10), mas a cada nova ele gastava um tempo para explicar as características de cada uma delas – ele pegava cada instrumento com respeito e a devida deferência.

A banda foi excelente – apesar da ausência do Norton Buffalo (harmônica), que veio a falecer (câncer) em setembro – destacando uma figura: Sonny Charles, que foi vocalista do grupo R&B “Checkmates”, que garantiu um show a parte fazendo os backing vocals e dançando (ele têm 69 anos), confiram a figura no link a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=kF-MH3QNxXs.

No final do ano passado, a rede de TV CBS fez uma matéria sobre o Steve Miller que vale a pena ser vista, são pouco mais de 8 minutos e consegue fazer um bom apanhado da vida do cara (não deixem de assistir):

http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=47075981

Valeu. Ponto pro Vavá... novamente.

Ado